sexta-feira, 21 de junho de 2013

Lucília do Carmo - Um Clássico de Fado

Em Portalegre a 4 de Novembro de 1919, nasceu Lucília Nunes de Ascensão do Carmo , um Clássico de Fado. Filha de Francisco de Ascenção e de Georgina Nunes, o Pai um operário fabril e a Mãe uma doméstica.Dificilmente construia uma vida na artes, pois de bem cedo,Lucília do Carmo, começou a contribuir para o estado económico da familia. Mas sempre sem por o canto de parte, cantando em sociedades recreativas e festas de ben
eficiência. O oficio do pai obriga a uma deslocação definitiva para Lisboa. A sua estreia como fadista aconteceu no Retiro da Severa, no ano de 1936, quando apenas contava 17 anos.Longe de Portalegre e num ambiente propício, A sua presença em palco e voz captaram, "à Velocidade da luz" as atenções do público, primeiro passando pela Verbena do Pessoal dos Caminhos de Ferro Portugueses, em Alcântara, depois, a 29 de Março de 1937 e foi-lhe concedido a carteira profissional, graças ao empenho do escritor e poeta Vítor Machado, que nesse mesmo ano a integrou na sua obra “Ídolos do Fado”, e lhe escreveu o poema “Canção de Vencedores”. A 1 de Abril do mesmo ano, estreia-se a cantar no Café Mondego. Cantou no Solar da Alegria, nos cafés "Mondego" e "Luso" e na "Parreirinha de Alfama".Participou em programas de fados na Emissora Nacional, na Rádio Graça e na Rádio Luso, sendo através da rádio que alcançou grande notoriedade.Casada com Alfredo de Almeida, em 1939, nasce o seu filho Carlos do Carmo que, influenciado pela sua mãe, mais tarde se tornaria num grande fadista, com uma bem sucedida carreira nacional e internacional. Nos anos 40 Lucília do Carmo inicia, devido a um crescimento do seu reconhecimento e fama, uma digressão por África, Brasil, geradoras de um notável entusiasmo em seu redor. Este foi o trajecto necessário para que em 1947, dois anos depois do fim da Segunda Grande Guerra, viesse a abrira sua própria casa de fados, chamada Adega da Lucília, localizava-se no Bairro Alto, em plena Rua Barroca, que mais tarde mudou o nome para O Faia.A partir desta data a fadista concentrou-se cada vez mais neste seu espaço, onde passou a actuar diariamente, e o qual tornou num dos mais importantes locais de actuação do circuito fadista, onde os clientes podiam sempre contar com interpretações de um estilo personalizado e um timbre característico que tornaram inconfundível o seu estilo de cantar. Com as sua interpretações características, Lucília do Carmo tornou populares muitos temas, como por exemplo: “Maria Madalena”, Travessa da Palha”, "Leio em teus olhos", “Anda a Saudade Bem Alta” e “Loucura”, entre outros. Em 1980 O Faia é vendido e Lucília do Carmo nunca mais cantou. Quem ainda a pode ouvir depois dessa data foram os netos. Reformada ainda com a voz em plena forma. Faleceu em Lisboa a 19 de Novembro de 1998, com 79anos, vitima de Alzheimer.